A 'desgaullização' da França


A 'desgaullização' da França

"A 'desgaullização' da França, de Sarkozy em diante, constitui o desmantelamento de um Estado que possuía reflexos clausewitzianos, desejados pelo soldado De Gaulle, pelo menos em seus escrito teóricos, na influência que Raymond Aron, o grande especialista na estratégia alemã do século XIX, exerceu sobre ele, e em sua práxis original na década de 60, que poderia ser descrita como um modelo de 'terceira via' entre os dois blocos da Guerra Fria. 

Era uma resposta às incapacidades da Terceira República, criticadas por Simone Weil em Londres antes de sua morte em 1943, e ao mau gerenciamento e vacilações da Quarta. Esses tipos de regime gerenciam pensando no curto prazo e não antecipam nada, o que leva à incapacidade de decidir em momentos oportunos ou de confrontar catástrofes imprevistas, como uma pandemia.

O 'suicídio francês', descrito por Eric Zemmour é precisamente o desmonte progressivo do Estado clausewitziano - com todos os seus mecanismos que sempre antecipavam o pior - que a Quinta República buscou ser em sua proclamação e especialmente nos anos de 1963 a 1969. 

A moral disso é que qualquer Estado ou elite política, deve imperativamente, se quiser sobreviver às intrigas de seus inimigos (há sempre um inimigo, como disse Julien Freund), preservar suas posses industriais e recusar realocações e fusões com empresas estrangeiras, preservar infraestruturas médicas sólidas e um sistema universitário/acadêmico competitivo". 

- Robert Steuckers

Merci à Raphael Machado 

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